Não
são somente as empresas de grande porte que se dedicam a atividades
inovativas. As pequenas e médias também fazem isso - e com bons
resultados. Estudo realizado pela Associação Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), em um universo de 96
empresas de pequeno e médio porte, mostra que 40% delas desenvolveram
novos produtos nos últimos três anos.
Esse
estudo será apresentado na VII Conferência Anpei de Inovação
Tecnológica, a ser realizada em Salvador, Bahia, de 4 a 6 de junho. Ele
foi elaborado pelo comitê temático da Anpei sobre Inovação nas Pequenas
e Médias Empresas, que se dedicou ao tema nos últimos dez meses. Inovação nas pequenas e médias empresas Para
Martín Izarra, um dos integrantes do comitê, as pequenas e médias
empresas (PMEs) têm grandes condições de inovar porque, na maioria dos
casos, elas enfrentam o desafio natural do crescimento e do
desenvolvimento de suas potencialidades. "Além disso, observamos que o
proprietário participa em mais de 95% das atividades da empresa, o que
gera um ambiente de alta motivação para a inovação", explica ele. Outro
dado relevante, destacado por Izarra, foi a constatação de que 40% das
96 empresas entrevistadas desenvolveram algum produto novo nos últimos
três anos. "Com isso, podemos dizer que são as PMEs que estão indo na
frente em termos de inovação". Apesar
dessas virtudes, as MPEs enfrentam algumas dificuldades para inovar.
Entre elas, a escassez de recursos financeiros, o reduzido envolvimento
dos parceiros tecnológicos, a burocracia e a falta de pessoal
capacitado. "Além disso, 47% das PMEs altamente inovadoras desconhecem
os incentivos à inovação, o que parece inacreditável", diz Izarra. Dificuldades para inovar O
diretor executivo da Anpei, Olívio Ávila, cita outra dificuldade
enfrentada pelas PMEs para inovar. "O sistema brasileiro de apoio à
inovação foi desenhado mais para apoiar as grandes companhias", diz.
Ele tem a expectativa, no entanto, de que a partir deste ano a situação
possa mudar. "Mais recursos estão sendo colocados à disposição das
PMEs", explica Ávila. "Um exemplo é a Lei Geral das micro e pequenas
empresas, que determina que elas recebam 20% de tudo o que for
destinado pelo setor público para ciência, tecnologia e inovação." Quanto
às razões para investir em inovação, Izarra diz que para 95% das PMEs
entrevistadas pelo comitê, a inovação é a principal ferramenta para
expandir e aproveitar as oportunidades do mercado. "Mas os concorrentes
e os clientes são os outros fortes motivadores, transformando a
inovação numa corrida", acrescenta. "Quem não investe perde
competitividade e oportunidades." Para Olívio Ávila, uma outra boa
razão para as PMEs inovar é fato de estar provado que as empresas que
fazem isso se posicionam melhor no mercado. "Elas têm maior
produtividade e crescem mais do que as que não inovam", diz. Além
do estudo sobre inovação nas PMEs, na VII Conferência Anpei haverá a
palestra "Inovação na média empresa", a ser proferida por Wolney
Betiol, vice-presidente corporativo da Bematech, fábrica de
equipamentos de automação de Curitiba, PR, que se destaca pela sua
capacidade inovadora. Fonte: Inovação Tecnológica |